Monday, October 01, 2012


Sindicalismo, Esquerda e "direitas novas e velhas"...

Prof. Geronimo W. MACHADO (Aposentado)_30.09.2012.

 
A propósito do recém publicado artigo do Prof. Rampinelli, no Boletim da Apufsc e doutras discussões que rolam nas listas da APUFSC e "associados"... De um modo geral, concordo, plenamente com o que o nosso Caro Professor escreve. Mas reapresentarei mais algumas boas coisas. Pois, até onde compreendo, SINDICALISMO é algo da natureza da história e da formação da oposição e da esquerda, em todo o mundo do trabalho e do salário e em todos os tempos. Lembremos dos mineiros ingleses dos anos de 1700 e de seus "camerodes" (!), das "mutuelles" francesas que sobrevivem, ainda hoje, no centro de Paris e do "Quartier Latin", próximo à Rue des Écoles, Collège de France, Sorbonne, Saint Germain, Sainte Genéviève, etc.

Vem de lá a origem de nosso sindicalismo. Sempre na oposição, sempre de esquerda, sempre na luta contra os patrões, proprietários e gestores dos meios de produção. Lutando para sobreviver, inclusive para enterrar, dignamente, os seus filhos e operários mortos. Pois, o tempo dos "Cristãos das Catacumbas Romanas" já havia passado, a Idade Média "Católica" foi-lhes deixando, nitidamente à mercê dos "domínios dos proprietários dos feudos". E as famílias pobres e expropriadas já nem conseguiam enterrar os seus mortos nos terrenos de cemitérios dos fundos das igrejas católicas porque não tinham condições materiais para fazer frente às despesas dos enterros, etc. Só a sua intersolidariedade lhes permitia alguma dignidade, de cabeça erguida e na luta permanente.

Mas a vida continuou e isto foi afirmando a formação das lutas, das oposições, do sindicalismo e da esquerda, etc. É bem por isto que é impossível pensar em sindicalismo de direita ou da nova direita, simplesmente porque não há PATRÕES e nem GRANDES PROPRIETÁRIOS, ou gestores de Estado, de ESQUERDA - e não se confunda PT e nem Lula com ESQUERDA -. É por isto que sindicalismo é um meio de luta inerente à esquerda. E quando as novas direitas ou velhas chegaram ao sindicalismo foi para rejuntá-lo ao fascismo de Mussolini, ao nazismo de Hitler, ao Franco-ismo da Espanha, ao fascismo de Hiroito, às máfias sindicais do capitalismo estadunidense e às ditaduras brasileiras e latinas, em geral, ou equivalentes. É impensável imaginar o SINDICALISMO com a direita e à direita velha ou nova.

É por isto Rampinelli que esta "soit disant" nova direita é completamente igual àquela velha direita, anti-sindical e que só faz a política da velha ou é a nova direita. Se a esquerda se apequena ou se encolhe a luta social e do sindicalismo também fenece. O sindicalismo, a representação dos interesses dos trabalhadores, bem ou mal, só pode ter existência com os sindicalistas de esquerda. O resto é conversa mole! Quando "eles" se achegam aos sindicatos é para destruí-los e levá-los à adesão das políticas da velha e das novas direitas. A direita nunca fez e nem fará sindicalismo. Ela apenas apelega e destrói os sindicatos que constituem os meios reais e verdadeiros de luta e de solidariedade "mutuelle" dos assalariados de todo o mundo. O resto é sempre e indiscutivelmente de direita, velha ou nova.

Um ônus que portamos é o de que por vezes nos defrontamos com os tipos de "Andes-ADs" que sobreviviam com as Assembléias Gerais que terminavam, sempre com os vinte militantes deles, na medida em que os nossos não agüentam e abandonam as AGs e eles ficavam para votar tudo o que e como queriam, ao final dela. Mas as novas direitas que fazem dos Conselhos de Representantes as suas tábuas rasas, os seus clubinhos de amigos, confrarias de conveniência, porque, de fato, ninguém se interessa pela representação do CR e ai eles "comandam", com o seu "compadrio e clubinhos de amiguinhos". O CR só dava quorum quando a "oposição da Andes-AD" viu lá a "sua mini-AG". Pois, eles são, sempre, batalhadores contumazes! E os "direitosos", novos e velhos não gostam destes teatros de batalhas. Gostam mais do CR sem quorum, como as mini-AGs dos Andes-ADsistas. Nisto, são iguais! Mas assim o resultado é péssimo. Como é hoje, na APUFSC! Destruíram, estatutariamente, o papel político e gestor da Diretoria, eleita em grande e renhida, por vezes, luta ideológica e política, e que, portanto obtinha uma forte representação política e ideológica. Mas, substituíram-na por um CR de compadrio e de amiguinhos. Sem representação. Mataram a Diretoria, assim como mataram o CR e não ajudam a criar um correto, verdadeiro e adequado sistema de representação que defenda os interesses imediatos, salariais e estratégicos dos Professores, trabalhadores e assalariados do sistema capitalista que nos oprime com as suas regras. Contra o que temos que lutar pela nossa sobrevivência, evidentemente!

Monday, April 09, 2007

Ainda há Vida Inteligente...


Eixo temático IV
- As Artes e a invenção de si: Questões de escrita e formação.


Título: A Rede do Imaginário Infantil - Vivendo a vida com arte, embalando a história com a cultura e construindo a memória com o Museu das Crianças do Brasil.

Autor: Gerônimo Wanderley Machado.
Doutorando em Engenharia de Mídia e Conhecimento no Programa de Engenharia de Produção e Sistemas da Universidade Federal de Santa Catarina - Ufsc.
Professor da Universidade Federal de Santa Catarina - Ufsc.


Resumo

A Rede do Imaginário Infantil pretende ser um veículo ou uma ferramenta de disponibilização de tudo o que seja possível, em termos de arte, cultura, ciências e lazer, para as crianças de Santa Catarina, do Brasil e de todo o mundo. Tendo em vista que estando na Net, com certeza estará no mundo. Disponível para quem estiver navegando pelos mares nunca vistos e nunca dantes navegados. A Rede será, sobretudo, um veículo virtual, armazenador, divulgador, estimulador e pleno de divertimento para as crianças e jovens de todas as idades. Ela poderá estar disponibilizada para o uso de todos, desde que se obtenham os recursos mínimos necessários para a sua instalação. É por esta razão, óbvia que pretendemos que todos, mas especialmente as crianças, tenham o direito e possam, efetivamente, realizar o que está no título deste artigo: Viver a vida com arte, embalar a história com a cultura e construir a memória com o Museu das Crianças do Brasil.


Palavras-chave: Rede do Imaginário. Crianças. Museu. Sociedade do Conhecimento.


A Sociedade do Conhecimento e as crianças

A nossa percepção nos indica que a sociedade atual já é, nitidamente, reconhecida como uma sociedade diferente, complexa, limpa, sem lama e sem fumaça. Até a publicidade do SESC-SENAC já fala nela, portanto, já estamos na Sociedade do Conhecimento. Ela não é mais vista como uma sociedade primitiva. Nem agrícola e, tampouco, como a enfumaçada sociedade industrial - a das chaminés largando fumaça no mundo, por todos os cantos, especialmente pelos centros urbanos. Não! A sociedade atual é a sociedade da indústria sem chaminés.

Por isto, mais precisamente, vem sendo definida como a sociedade do conhecimento, da ciência e da tecnologia. Ou, como alguns de nós a definimos, a sociedade da nova economia. Uma nova economia fundamentada nos serviços. Onde, até o lazer, a arte e a cultura também viraram mercadorias e serviços. Por isto, acrescentamos que já nos aproximamos da sociedade do tempo livre, de que nos falava Karl Marx (1968), ou a sociedade do lazer a que se referiu, no início do século XX, o genro de Marx: Paul Lafargue (2004) que, na França e com os seguidores de seu sogro, a denominaram de sociedade da preguiça. Pois, sobre isto, o grande jornal parisiense já nos ofertou a sociedade do “Droit à la paresse” - a sociedade do Direito à Preguiça - em diversos cadernos semanais e em textos publicados no diário Le Monde e no mensário Le Monde Diplomatique, aí por volta do fim da década de 70, do passado século XX.

E neste contexto social, econômico e tecnológico há os que pensam e trabalham para inserir, cada vez mais, as crianças.

No mundo todo, há uma grande preocupação de se tirar as crianças do “limbo” e considerá-las parâmetros de decisões a serem tomadas na administração das cidades. Laboratórios são realizados para a discussão sobre os problemas que afetam o cotidiano dos moradores. As crianças participam e opinam sobre as soluções e mudanças a serem efetuadas nos espaços urbanizados. Aliadas aos idosos, as crianças têm prestado uma grande contribuição aos responsáveis pela administração de várias comunidades italianas como, por exemplo, Fano - pequena cidade na costa do Mar Adriático italiano, uns 200 km ao Norte-Nordeste de Roma e a uns 300 km ao Sul de Veneza, pela costa do Mar Adriático. Lá, crianças e idosos opinam, como deve ser o trânsito, como se devem utilizar os espaços para criar projetos de jardins, de organização de seu lazer, seus espaços culturais etc.

Francesco Tonucci (1998) narra a experiência participativa de crianças que realizam desenhos sobre o que elas gostariam que fosse realizado nas cidades. A isto, denominaram de “arquitetura participada”. As crianças são estimuladas a gostar da cidade. São transformadas em pequenos guias, como se fosse um modo de conhecerem mais e melhor as cidades onde vivem. Foram estipuladas multas para os que desobedecessem as normas que foram estabelecidas com a participação delas. Por exemplo: os condutores de veículos eram multados caso não parassem os carros para dar passagem às crianças e idosos que, associados, se ajudavam mutuamente.

A convivência das crianças com os idosos traz a eles muitas alegrias, em contrapartida, os idosos lhes ensinam muitas coisas, baseados nas suas experiências. A cumplicidade trouxe resultados benéficos para todos. Até um slogan foi criado: “O que é bom para eles é bom para os demais habitantes das cidades”. Busca-se, na realidade, devolver as cidades aos mais frágeis: as crianças e os idosos.

A sociedade do Conhecimento requer novas soluções para uma melhor convivência. Assim como domínios, habilidades e novas aprendizagens, no sentido de melhorar a qualidade de vida. Muitas são as experiências já realizadas na busca do Eldorado, da vida tranqüila, confortável e prazerosa. O conhecimento, em si, nem sempre têm facilitado isto.

E, o nosso interesse, aqui, é o de colaborar para que um número crescente de pessoas usufrua todos os benefícios do mundo atual. Para isto, é necessário pensar nas alternativas que podem ser oferecidas. Aqui no Brasil, também, para as crianças e para os adultos, inclusive para os já bem mais velhos. E uma das possibilidades é exatamente a criação de espaços culturais que abriguem a todos e que ofereçam as possibilidades de uma participação ativa. Onde todos sejam agentes, criadores destas novas condições necessárias, em todos os meios urbanos e, também, usuários plenos delas.

A compatibilização do conhecimento tácito, pessoal - das experiências vividas e amadurecidas por cada um e o conhecimento explícito - este sobre o qual escrevemos e expomos, por todos os meios: escritos, falados, graficados, desenhados etc., para que lhes possamos usar, sobre todas as formas, mas, principalmente sobre as que geram melhores qualidades de vida para todos e, especialmente para as crianças e para os velhinhos, sobre todos os meios e formas, culturais e de lazer. Esta é uma busca de muitos pesquisadores da atualidade, em todo o mundo.

E consideramos que há grandes possibilidades de contribuir com algumas alternativas. Os espaços da educação informal parecem sedutores para se realizar experiências complementares aos ensinamentos sistematizados nas escolas para que se acelere e, se possível, se chegue a produzir resultados mais imediatamente. Muita coisa já acontece, neste sentido, nos paises desenvolvidos. E as nossas crianças, lamentavelmente, ainda convivem com as nossas enormes defasagens com relação às oportunidades que aquelas do mundo desenvolvido já dispõem.


O Museu das Crianças do Brasil

O Museu das Crianças é um tipo de museu diferente. Trata-se de um espaço cultural criado em 1899, especialmente para as crianças, em Nova York. Ao sul da Ilha de Manhattan, o Brooklyn Children’s Museum. Um Museu de caráter interativo. Este Museu das Crianças difundiu-se por todo o mundo. Atualmente há cerca de 400 museus de crianças no mundo todo. Eles estão agrupados na Associação Hands On. E, existem dois grandes blocos mundiais deste tipo de Museu: a Hands On Europa e a Hands On Americana. Esta agrupa os museus dos Estados Unidos e do Canadá.

Vamos falar deste projeto de Museu e de seus antecedentes. De suas fases e processos pelos quais já chegamos até aqui. Dos resultados e possibilidade que estamos pretendendo. E do seu futuro. Até que o coloquemos em prática, efetivamente, em Pomerode - um belo município de cultura alemã de Santa Catarina cujas autoridades municipais que definem e conduzem as políticas educacionais e culturais já definiram os espaços municipais para a instalação, talvez, da primeira e futura sede da primeira célula do Museu das Crianças do Brasil.

No Sapiens Parque - um projeto que será dedicado ao lazer, à Cultura, à Arte, à Ciência, ao Turismo aos Serviços e a tantas outras atividades de serviços, produtivas e econômicas, já contamos com grandes possibilidades de instalar e sediar a célula principal do Museu Infantil que estamos projetando. Isto tudo estará localizado em Canasvieiras, no Norte da Ilha de Santa Catarina, na cidade de Florianópolis, capital do Estado de Santa Catarina, onde esperamos, dentro de bem pouco tempo, estar com o Museu das Crianças do Brasil, célula de Florianópolis, devidamente instalado, funcionando e à disposição e uso de todas as nossas crianças.

Em Olinda, naquela bela cidade do Nordeste brasileiro, na antiga Casa de nossa amiga Du, por obra e arte de nossos amigos de Pernambuco, de Olinda, do Instituto Joaquim Nabuco e, porque não se referir, de nosso mais que respeitável e dileto amigo Galvan. Lá, sim, estamos em estágio bastante avançado, do desenvolvimento do processo e do projeto de instalação de mais uma célula do Museu das Crianças do Brasil em Olinda, para permitir o acesso a todas as crianças da região da Grande Recife e da Região Metropolitana de Recife e Olinda.

Uma pesquisa, semelhante à que a Profa. Vera Lúcia Chacon Valença desenvolveu em Santa Catarina sobre “Valores culturais, estéticos predominantes em crianças catarinenses de diferentes etnias” já está sendo desenvolvida também na área do semi-árido pernambucano e nordestino. Isto, para embasar e dar suporte às definições de conteúdos e facilitar a caracterização dos conceitos e dos modos que permitam a instalação do Museu das Crianças numa cidadezinha do interior do Pernambuco que é Custódia. Além disto, também falaremos de muitas outras possibilidades, processos e projetos, em torno do Museu das Crianças e da Rede do Imaginário Infantil.

O Museu das Crianças do Brasil espelhou-se no Children’s Brooklyn Museum de Nova York. Este foi o primeiro museu do mundo fundado especialmente para as crianças.

E, com base neste Museu do Brooklyn definimos que a Missão do Museu das Crianças do Brasil será a de contribuir para a vivência da arte, da história, da cultura e do meio natural com crianças e adolescentes como sujeitos de ação e reflexão.

Este projeto será composto por quatro eixos: história, arte, cultura e meio natural. O museu procurará criar um intercâmbio entre as crianças e os espaços culturais destinados a elas e que estejam funcionando em todo o mundo. Para isto, será criada a Rede do Imaginário Infantil que terá como função fundamental realizar o objetivo de universalizar o uso, propiciar o lazer, complementar a formação e fazer as crianças mais felizes.

Esta rede contará com e se constituirá como um banco de dados que armazenará as pesquisas realizadas sobre as crianças e os trabalhos criados para elas como: livros, histórias, músicas, pinturas etc. Mas, a rede não será, somente, armazenadora. Ela será uma ferramenta de criação, construção e invenção das pessoas. Possibilitará intercâmbio entre as crianças das mais diferentes localidades do Brasil e entre elas e as crianças de outros paises que freqüentem espaços culturais similares em qualquer lugar do mundo. Portanto, ela será, também, um sistema de informações sobre muita coisa que diz respeito à história e à vida das crianças. Estabelecerá um circuito mundial com uma textura de educação e formação intercultural diversificada.

Neste sentido, esta rede será, também, em nosso entendimento, um Banco de dados, um sistema de informações ou um veículo de divulgação e de expressão ampla e total, do Museu das Crianças do Brasil, em articulação e contato com todos os Museus dedicados às crianças em todo o mundo. Inteiramente ao serviço de todas as crianças.

Aqui no Brasil, a idealização deste tipo de Museu decorreu de uma visita que fizemos com a Profa.Vera Lucia Chacon Valença e Arlete Wedekin à Nova York e lá visitamos o Museu das Crianças do Brooklyn. Vera e Arlete ainda visitaram outros espaços nova-iorquinos dedicados às crianças e em cidades de outros paises. Foi a partir daí que a Profa. Vera imaginou, iniciou e está desenvolvendo, ainda, o projeto de criação e de instalação do Museu das Crianças do Brasil.

Desde 1999, ela desenvolve uma pesquisa que abrange todas as etnias que deram origem e que ocupam o território do Estado de Santa Catarina. Este trabalho foi iniciado com a pesquisa denominada de “Valores culturais e estéticos predominantes em crianças catarinenses de diferentes etnias”. Este projeto foi desenvolvido em vários municípios de Santa Catarina, além da capital.

A instalação do Museu das Crianças do Brasil está sendo projetada para ser realizada em diversos estados brasileiros onde se pensa em criar células museológicas articuladas entre si. E que estas células guardem coerência e articulação com a concepção geral dos museus. Pois, sua concepção, na realidade, é internacional. Por isto se pensa em parceria com o projeto criado e já registrado em Santa Catarina. Mas, cada célula museológica poderá e deverá ter a sua autonomia para adaptar os seus espaços ás condições e aos contextos sócio-culturais das diferentes localidades onde se situar.

O Museu das Crianças do Brasil tem por missão contribuir para a vivência da história, da cultura, das artes e do meio natural. Tendo crianças e adolescentes como sujeitos de ação e de reflexão. No escopo deste projeto, situa-se a Rede do Imaginário Infantil. Esta rede consiste em uma ferramenta de expansão, divulgação e intercâmbio entre os Museus e os espaços culturais dedicados às crianças no país e fora dele. Isto significa que, além disso, servirá para explorar as produções culturais criadas e expressas por todas as crianças. Assim, será possível iniciar as crianças no conhecimento do mundo virtual e permitir que elas visitem e participem das exposições organizadas para elas em todos os lugares, se forem disponibilizadas na rede mundial da internet.

Como acompanhante da autoria do projeto do Museu das Crianças defendemos a Rede do Imaginário Infantil que será parte do tema de tese que será defendida em doutorado pelo autor desta comunicação, no Programa de Doutorado da Engenharia de Produção e Sistemas da Universidade Federal de Santa Catarina, ainda em 2006 ou até julho de 2007.


A interação no Museu das Crianças

No Museu das Crianças, em vez de simples visitantes que só observam à distância, as crianças são protagonistas e se tornam, como diz Lancastre (1998) “acervos” dos museus. O educador e o arte-educador coordenam as atividades e selecionam as ferramentas culturais para facilitar as aprendizagens. Respeitar o funcionamento psíquico das crianças e as diversas modalidades interativas implica em considerar as crianças como capazes de participar da história, da cultura, das criações artísticas e do meio natural com diferentes graus de relacionamento com as coisas e as pessoas.

Os soviéticos, liderados por Vygotsky, enfatizaram os objetos culturais e a importância da linguagem no desenvolvimento humano. Destacaram as aprendizagens sociais como desencadeantes da evolução psíquica. Consideraram as relações interpessoais como primárias, no desenvolvimento da personalidade.

Atualmente prevalecem as idéias de que o ser humano tem condições de selecionar, processar, assimilar, interpretar e conferir significações aos estímulos e configurações da vida. Isto significa que foi posto em cheque o conceito de aprendizagem passiva. De métodos de ensino exclusivamente expositivos que concebiam o professor e o aluno como transmissor e receptor de conhecimento.

Na sociedade do conhecimento, é necessário possibilitar acesso às várias modalidades de atividades e de experiências que completem as atividades escolares e se associem a elas.

Há várias possibilidades de se falar de interação e interatividade. A valorização da interação como método desencadeante da construção de conhecimento não se limita aos conceitos auto-estruturantes. É, ainda, necessário lembrar que se fala de uma “segunda interatividade” que é referenciada por Edmond Couchot, Marie-Helène Tramus e Michel Bret (2003, p. 28), como sendo “um tipo de relação entre a imagem e o expectador bastante recente, colocando em jogo comportamentos maquínicos, mais complexos e mais refinados, próximos aos comportamentos humanos”. A interatividade, neste sentido, segundo os autores referidos, vai além da permissão dada ao expectador para conversar com a imagem. Ela se estende aos próprios objetos virtuais simulados pelo computador. Estes autores fazem referência a duas modalidades de interatividade: uma endógena que regularia o diálogo dos objetos virtuais entre eles e uma exógena, estabelecida entre o expectador e a imagem.

Roger Chartier (1999, p. 152) analisou as mudanças ocorridas entre o leitor de livro e o navegador computadorizado e lembra que o texto “vive uma pluralidade de existências: a eletrônica é apenas uma delas” Parece necessário não converter todas as possibilidades de comunicação à virtual e, ao mesmo tempo, é fundamental utilizar todos os recursos das novas tecnologias.

As atividades interativas nos Museus das Crianças variam, naturalmente, de acordo com as missões dos museus. Como exemplos podemos citar as atividades realizadas na horta, numa “pizzaria”, numa “cozinha”, num Banco Hipotecário, numa Assembléia Legislativa, numa Fábrica de Leite, num Canteiro de Obras, no Bingo da Diversidade, na “penetração das obras de arte pelas crianças” etc. Várias exposições são disponibilizadas para as crianças nos Museus das Crianças que visitamos, pessoalmente e pela internet. E, podemos referir, ainda, a interatividade propiciada pelo computador e a revolução que esta ferramenta tem criado e que ainda pode criar para todas as crianças de todo o mundo.

O inter-relacionamento do museu e das novas tecnologias dá grande ênfase á internet. Pierre Lévy (2006), por exemplo, aborda, com bastante densidade, este assunto no seu livro “As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática”. Ele nos leva a pensar sobre o uso dos aparatos informacionais como possibilidade de imersão do artista em diferentes culturas.


A Preocupação com as Crianças e com o Mundo Virtual

A virtualização constitui a essência das mudanças das técnicas, da economia e dos costumes. Por isso mesmo é, às vezes, assustadora. No entanto não são todos os que se sentem ameaçados com ela. É o caso de Pierre Lévy (2005, p. 17-18) que define:

A virtualização como dinâmica. A virtualização pode ser definida como o movimento inverso da atualização. Consiste em uma passagem do atual ao virtual. Em uma ‘elevação à potência’ da entidade considerada. A virtualização não é uma desrealização (a transformação de uma realidade num conjunto de possíveis), mas uma mutação de identidade, um deslocamento do centro de gravidade ontológico do objeto considerado...

Por outro lado, Ollivier Dyens (2003, p. 270) em “A arte da rede” nos diz que “a arte da rede não pode nem quer impor direções preestabelecidas de prescrição”. Portanto, a rede é completamente livre e permite todas as ousadias de e para todos os usos e criatividades.

Por isto é que a rede, nas mãos das crianças, que não têm conceitos e sem preconceitos claramente estabelecidos lhes permitirá exercer com plenitude toda a sua inventividade e criatividade. Basta que lhes facultemos as possibilidades de terem livre e pleno acesso a ela. Sem que nos esqueçamos, é claro, de lhes direcionar e de dosar os seus usos para o seu pleno aprendizado, para a sua plena formação e para a sua adaptação plena às futuras necessidades de adultos que virão a ser e dos profissionais que serão. O que nos indicam as grandes tendências econômicas, sociais e tecnológicas deste mundo que é o que já exige de nós e que, por certo, vai exigir deles, quando adultos.

Referindo-se às organizações e redes, Hepserver (2002, p. 509-539) no livro: A criança e a mídia apresenta uma compilação de endereços em três seções. Além de associações cujo foco principal são as crianças e a mídia. Educação para a mídia ou instrução na mídia.

O livro organizado por Feilitzen, Cecília Von e Carlsson, Ulla apresenta, em sua parte final um significativo acervo de informações sobre as preocupações mundiais com as crianças, por países, blocos de países e organismos internacionais, como a ONU a Unesco, a Organização dos países Sul Africanos, a Organização dos Países Europeus etc. Lá encontramos “Declarações e Resoluções Internacionais e Regionais sobre a Criança e Mídia”, especialmente, a “Convenção Européia sobre Televisão Transfronteira” do Conselho da Europa que destaca, em seu título “Programas para crianças e jovens” de Feilitzen e Carlsson (2002, p. 458-459). Aí também se encontra “A Carta sobre a Televisão infantil” de Feilitzen e Carlsson (2002, p. 463), apresentada por Anna Home, da BBC, na Primeira Conferência Mundial sobre Televisão e Crianças, em Melbourne, em março de 1995.

Temos também “A Declaração dos Direitos das Crianças no Rádio e na Televisão dos PDSA” - Países Sul-Africanos em Desenvolvimento e a Declaração Asiática dos direitos da Criança e a Mídia (Feilitzen e Carlsson, 2002, p. 464-467). Na seqüência, encontramos “A Declaração dos Direitos das Crianças Africanas no Rádio e na Televisão” (Feilitzen E Carlsson, 2002 p. 468-469). O Jornalismo também está contemplado com “Os Direitos da Criança e a Mídia: Diretrizes para os Jornalistas” (Feilitzen e Carlsson, 2002, p. 472-474), fruto da Conferência Internacional de Jornalismo do ano 2000 da FIJ (Federação Internacional de Jornalismo), realizada em Recife, em maio de 1998. O Conselho da União Européia também aprovou, em maio de 1998, a “Recomendação da União Européia sobre a proteção a menores e à Dignidade Humana em Serviços Audiovisuais e de Informação” (Feilitzen e Carlsson, 2002, p. 475-478) que é seguido pelo “O Plano de Ação da União Européia para a Promoção do Uso mais seguro da Internet” (Feilitzen e Carlsson, 2002, p. 479-482).

A UNESCO também está presente com a “Declaração e Plano de Ação contra o abuso sexual de crianças, pornografia infantil e pedofilia na Internet” (Feilitzen e Carlsson, 2002, p. 482-487). Mike Jempson e Bill Norris (FIJ) contribuem com “A Informação e os Direitos da Criança: O Desafio do Engajamento da Mídia”, cujo conteúdo é uma pesquisa sobre os critérios nacionais e internacionais de jornalistas que fazem reportagens sobre as questões infantis (Feilitzen e Carlsson, 2002, p. 489-506). E mais as “Associações preocupadas com as Crianças e a Mídia” (Feilitzen e Carlsson, 2002, p. 509-539) de Pia Hepserver e, finalmente, a compilação de Ebba Sundin: “Endereços na Internet de sites feitos por Crianças, para Crianças” (Feilitzen e Carlsson, 2002, p. 541-545).

O polonês Jerzy Moszkowicz do Centro Nacional de Arte para Crianças e Jovens de Poznañ se preocupa com a produção de vídeos e filmes por crianças e jovens. No seu artigo “Crianças e Profissionais - Criando Vídeos Juntos” (Feilitzen e Carlsson, 2002, p. 363-365) ele relata uma linda experiência destas criações juvenis e infantis, com jovens de diversas partes da Europa e de Israel. Os jovens foram reunidos em Chipre, em Junho de 1998 e sob a sua orientação e da pedagoga de mídia Mia Lindrup do Instituto Norueguês de Filmes criaram o seu filme dentro do projeto “Crianças para Crianças”, com 20 jovens de 12 a 16 anos, no encontro que denominaram de “Conversas de Verão”. Um filme produzido pelas crianças e apresentado no Festival de filmes para Crianças, em Chipre, em junho de 1998. “O filme fez uso de uma linguagem muito moderna (essa era a intenção dos jovens artistas) que tinha mais em comum com a televisão do que com o cinema” (Feilitzen e Carlsson, 2002, p. 365).

É esta uma outra face de nossa preocupação com crianças, vídeos, filmes, televisão, formação, profissionalização e qualidade de vida para as crianças, jovens, adultos e velhice do futuro. Nossas atitudes pedagógicas da atualidade são socialmente relevantes e têm muito que ver com isto. Não é por outra razão que entendemos que esta vinculação é parte importante de nossa ação atual.


A Rede do Imaginário Infantil como um Sistema de Informações do Museu das Crianças do Brasil.

A Rede do Imaginário Infantil será parte do Museu das Crianças do Brasil. Ela estará vinculada com os princípios e critérios de pedagogia social que defendemos e que entendemos que são artes relevantes para a formação e a profissionalização saudáveis das crianças de hoje para o mundo do futuro. A Rede deverá contribuir para desenvolver a criatividade infantil. Ajudar a moldar os comportamentos ético e estético de modo a permitir a todos o direito de viver bem melhor. E, ajudar a conviver e a melhor preservar o mundo natural de que tanto se vai necessitar no futuro.

Por isto, entendemos que a Rede do Imaginário Infantil consiste numa alternativa para minimizar o fosso entre as crianças, as suas produções e os espaços culturais existentes no país e no mundo. Inicialmente as trocas, as comunicações, não necessariamente, terão que ser virtuais. Elas podem existir como um tipo de comunicação entre as crianças de todas as classes e de uma mesma escola. As exposições itinerantes também são meios e possibilidades de se estabelecer trocas e diálogos. Também são veículos por meio dos quais se podem tecer novos fios. Expandirem-se as experiências entre as crianças e a sua comunidade, assim como entre a escola e o Museu das Crianças.

De início, podemos comunicar que já dispomos dos espaços e dos servidores da Ufsc para que possamos alojar e administrar a sua partida e desenvolvimento. Mas, entendemos que é bem possível que logo em seguida tenhamos que nos prover de meios necessários para centralizar, organizar e desenvolver mais fortemente todo o sistema de informações da Rede com meios independentes. Esperamos que isso venha a ser possível, muito rapidamente. Precisamos de muitos apoios porque teremos necessidades de muitos recursos. Esperamos que eles tenham origem pública assim como esperamos colher muitos apoios de origem empresarial e privada. Sem o que, sabemos que será bastante difícil concretizar o que desenhamos que é a rede do Imaginário Infantil, como um sistema de informações associado à existência e ao desenvolvimento do Museu das Crianças, efetivamente concretizado por todo o Brasil.

As funções e as características gerais da Rede do Imaginário Infantil e do seu respectivo Sistema de Informações podem ser sintetizadas no seguinte:
a) Será Mediada pela linguagem virtual;
b) Será uma ferramenta, como falava Vygotsky;
c) Será interativa e será um banco de dados;
d) Estará aberta à comunidade;
e) Atingirá todas as faixas etárias e camadas sociais (todas as crianças terão acesso ao museu e à rede do imaginário infantil);
f) Possibilitará todas as modalidades de expressão das crianças: pintura, poesia, canto, escrita, imagens etc;
g) Funcionará como servidor do museu e como seu alimentador;
h) Será alimentada pelo servidor e será usada nas produções infantis;
i) Será itinerante (com o uso dos meios adequados), levará o museu às escolas;
j) Possibilitará intercâmbio entre todas as crianças do mundo e de todas as nacionalidades e etnias;
k) Será democrática e ajudará na formação da cidadania;
l) Será sem fronteiras. Portanto, trabalhará na perspectiva de Néstor Garcia Canclini e na fronteira dos afetos, dos sentimentos e dos espaços econômicos, políticos e territoriais;
m) Será, portanto, desterritorializada;
n) Hospedar-se-á, inicialmente, na Ufsc;
o) Requererá, para funcionar: Equipamentos de informática, vídeo, fotos (para produção, projeção, divulgação, etc.);
p) Suporte de especialistas;
q) Oferecerá Benefícios e contribuições: Gerenciamento, Apresentação e Expressão do Museu das Crianças do Brasil;
r) Já estão sendo organizados arquivos com pesquisas sobre os valores culturais e estéticos predominantes em crianças catarinenses de diferentes etnias;
s) Armazenará: Pesquisas sobre o “Imaginário infantil” das crianças brasileiras;
t) Guardará as contribuições de artistas, intelectuais, idosos; da “Trupe da Memória”, como: Niemayer; Bibi Ferreira, Zilda Arns (das campanhas em favor das crianças), Ziraldo - do Menino Maluquinho, Maurício de Souza - da Turma da Mônica, Thiago de Melo - do Estatuto do Homem etc.; de Desportistas como: Guga Kuerten - o Tenista campeão, Dayane dos Santos - a campeã de ginástica, Pelé - o grande craque brasileiro do futebol mundial, Oscar - o grande jogador de basquete, célebre em todo o mundo, Teco e Neco Padaratz - os grandes surfistas catarinenses, Borges e Scherer - os grandes campeões de natação, Ronaldinho, Ronaldo, Bebeto, Zico - os craques do futebol brasileiro, respeitados em todo o mundo etc.; da Casa dos Artistas e do diretor de novelas televisivas Jayme Monjardim etc.;
u) Guardará as produções das crianças, como: Poesias, estórias, pinturas, etc.; Jogos em que as crianças possam "jogar" com Guga, Surfar com os Padaratz; Jogar futebol com Pelé, Ronaldo etc.; velejar com Almir Klink; ir ao ringue com Popó etc.

Estas são todas, possibilidades e características da Rede do Imaginário Infantil e de seu Sistema de Informações que caracterizarão, também, e constituirão a essência, mesma, do Museu das Crianças.


Referências

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BOISSONAT, Jean. Le Travail dans vingt ans. Paris: Ed. Odile Jacob/La Documentation Française, 1995, 373 p.
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REFERENCE Book Hands On! Europe’98. Lisboa: International Conference of Children’s Museums, 1998, 250 p.
SVEIBY, Karl Erik. A Nova Riqueza das Organizações. RJ: Ed. Campus, 1998, 260 p.
TONUCCI, Francesco. La ciudad de los niños: un modo nuevo de pensar la ciudad. Buenos Aires: Editorial Losada S. A. 2003, 309 p.

Poderia ser diferente !?

Professores, desculpem...
Prof. Gerônimo W. MACHADO

O que estará acontecendo com a vida? Na vida? Com os nossos bem apanhados Professores da Universidade Federal de Santa Catarina?
Como Professor de nossa referenciada instituição de ensino, pesquisa e extensão estou inquieto e me perguntando o que anda acontecendo com os meus bravos colegas de vida, de profissão e de dedicação a tão elevada ocupação que reputo ser da maior importância política, científica e social.
Pois, preparei um seminário para discutir com eles um provocante tema acadêmico nos espaços internos da própria Ufsc, para o dia 26 de outubro recém-passado, à tarde.
Selecionei, com muito carinho e dedicação, 63 Professores das diversas áreas do conhecimento. Acessei os seus endereços eletrônicos nas listas de professores dos departamentos de ensino da Ufsc. E, lhes enviei 63 correios eletrônicos, repetidas vezes. Cheguei a enviar até cinco ou seis vezes os convites, por correio eletrônico, para todos os 63 professores selecionados.
Além do mais, falei, pessoalmente, com, pelo menos, 16 dos Professores, convidando-os, especialmente para o seminário que preparei, para discutir o especialíssimo tema acadêmico que denominei de “Estratégias de Transformação do Conhecimento, da Ciência e da Inteligência em Produtos, Mercadoria, Serviços e Lucros”.
Intensifiquei as minhas pesquisas sobre esta temática e mantive, por mais de vinte dias o trato dos convites, o envio dos correios eletrônicos e respondi, pessoalmente, a cada retorno ou enviei e reiterei os convites. Foram 63 correios eletrônicos enviados, mais de uma vez; 16 convites pessoais; 07 acusaram a recepção em suas telas; 18 correios retornaram com a indicação de que os destinatários do correio eletrônico não foram encontrados; 18 não me aportaram nenhuma informação de retorno, até o presente momento, depois de mais de 20 dias do primeiro envio; 16 responderam que sim ou que talvez comparecessem ao local, hora e data marcados para o interessante seminário que eu estava organizando; 11 responderam que estariam impossibilitados de comparecer ao evento; 21 responderam, explicita e efetivamente aos meus correios e aos meus convites; 03, entre eles, responderam e preencheram o questionário que lhes enviei junto com o jogo de slides do power point; alguns informaram que não receberam os dois anexos que lhes enviei: o jogo de slides em power point, com mais ou menos 800 kbs e o questionário-tabela em texto-word, com uns 200 kbs.
Este foi o resultado de 20 dias de trato com correios eletrônicos, permeados com alguns convites pessoais, superpostos. E, ontem, com tudo preparado, estava na sala do seminário, com uma hora de antecedência... Apenas dois professores compareceram.
É só por isto que perguntei, no início desta reflexão o que estaria acontecendo com os meus colegas professores da academia de ciências, do conhecimento e da inteligência da Ufsc!?
Não lhes pareceria estranho? Buscar discutir um tema, no mínimo, excitante e complexo, que, suponho, de considerável interesse para a academia! Para 63 professores convidados, insistentemente. E, só comparecerem dois?!
Sejam lá quais forem as explicações encontradas, o fato é que se trata de atitudes, envolvimentos e inquietações, no mínimo, muito curiosos... Um evento provocante, 63 professores convidados e só comparecerem dois! Apenas, 21 responderam, explicitamente; 28 receberam, efetivamente e responderam ou viram o convite e o material em suas telas; 36 não foram encontrados ou não deram nenhuma informação sobre o que lhes enviei, até o momento.
O que significaria isto? Será que o correio eletrônico é um péssimo meio de comunicação?
Será que os professores estão completamente desinteressados por temas provocantes ou não se interessam por tema nenhum que não sejam os das suas aulas e os afazeres com os seus alunos?
Será que os professores andam ocupados demais? Ou, o que explicaria melhor um evento como este, dedicado a envolver professores? Um tema provocante?! O meio eletrônico?!
Finalmente... Era para discutir Ciência, Conhecimento e Inteligência versus Produtos, Mercadorias, Serviços e Lucros?! Ou isto são coisas ultrapassadas, fora de moda e não interessam mais aos professores!? São as dúvidas e as razões desta reflexão que publico para os professores da Ufsc.

aProfesores de que e para que gwmachado@uol.com.br F27102006

Thursday, August 04, 2005

Preocupações

A minha curiosidade se agudiza. Pois, não estou compreendendo como proceder para expor os meus textos, minhas questões, minhas preocupações. Enfim meus interesses. Para poder participar de um diálogo construtivo. Contribuir e, também, ver e saber como os demais participantes deste e de tantos outros blogs participam... Continuo curioso!

Tuesday, August 02, 2005

Iniciando


O Blog é uma ferramenta com a qual eu estou começando a me apresentar ao mundo da internet.
Tentarei usar esta ferramenta para apresentar os meus pontos de vistas, as minhas sugestões e os meus interesses para todos os interessados.
Buscarei me situar e discutir com todos os que se interessarem.
Procurarei aprender muito com este processo.
Com abraços iniciais a todos.